Um templo dórico clássico na Sicília construído por uma população misteriosa
Graças à sua posição única no coração do Mar Mediterrâneo, a Sicília tem uma história rica e complexa. Existem muitos exemplos excelentes da arquitetura grega clássica na ilha e um dos mais notáveis é o templo dórico de Segesta. Este exemplo de arquitetura dórica, no entanto, não foi construído pelos gregos, mas por um povo nativo da Sicília.
A história do templo dórico em Segesta, Sicília
A cidade de Segesta, no noroeste da Sicília, foi fundada no século 6 aC por um povo nativo da Sicília, os Elymi. As histórias de que foi fundado por refugiados de Troia provavelmente não têm base. Por volta do século 5 aC, a cidade era rica e densamente povoada. Na época, os gregos haviam colonizado o leste da Sicília e os cartagineses, o sudoeste. Sendo inimigos ferrenhos, eles travaram várias guerras.
Acredita-se que os elímios ordenaram a construção do Templo dórico, projetado por um arquiteto ateniense por volta de 411 aC, durante um período de relativa paz e prosperidade. Alguns especulam que o templo foi construído por causa da crescente helenização dos elímios. Outra teoria é que a estrutura fazia parte de um projeto maior que envolvia um local sagrado elimiano e que o templo fazia parte desse complexo de estruturas.
O templo vazio é tudo o que existe hoje. Isso se deve ao fato de que os elimianos não conseguiram completar seu local de culto devido a um ataque ao assentamento de Segesta e a cidade entrou em declínio como resultado das constantes guerras que devastaram a ilha da Sicília na era clássica no Século 4 aC. A população de Segesta tinha sido aliada de Atenas, mas depois de serem derrotados na Guerra do Peloponeso (431 a 404 aC), os elímios foram forçados a se tornar vassalos dos cartagineses.
Segesta foi sitiado por Dionísio o Primeiro em 397 aC e incapaz de resistir. Em 307 aC foi novamente saqueada e sua população escravizada por Agátocles de Siracusa. A cidade nunca se recuperou, embora mais tarde tenha se tornado uma cidade independente novamente, mas foi guarnecida pelos cartagineses e depois pelos romanos. O templo dórico não era usado como local de culto durante a era romana, mesmo antes de a Sicília ser cristianizada. No século 3 aC, um teatro de estilo grego foi construído em Segesta.
Segesta foi finalmente abandonado no século 10 por causa dos ataques árabes. Ironicamente, isso pode ter ajudado a preservar o magnífico Templo Dórico.
A Magnificência do Templo Dórico
A estrutura dórica está localizada no Monte Bàrbaro e tem vista para o espetacular Golfo de Castellammare. Apenas o peristilo do templo foi construído, mas é um monumento público muito impressionante, mesmo depois de 2.500 anos.
Este templo é um exemplo clássico da arquitetura dórica e tem 200 pés de comprimento e 85 pés de largura (61 x 26 m). Cada extensão do templo possui quatorze colunas, que se encontram em excelente estado de conservação e todo o templo era composto por um total de 36 colunas. Todas as colunas são grandes e estreitas e encimadas por um capitel convexo que suportava o peso que era lançado sobre elas. O friso apoiado nos capitéis foi decorado com painéis de linhas verticais e desenhos geométricos. O templo já foi pintado com cores vivas e poderia ser visto a quilômetros de distância.
O edifício sagrado nunca foi coberto e não tinha altar, elementos que seriam esperados em um design dórico clássico. Os arqueólogos, no entanto, desenterraram uma tumba púnica do século 4 no templo.
Visitando o Templo Dórico em Segesta, Sicília
O templo dórico fica a aproximadamente 50 milhas (81 km) de Palermo e 18 milhas (30 km) de Trapani. Existe um parque de estacionamento no local, mas também transportes públicos. O templo fica no topo da colina e as vistas são amplas. Uma pequena taxa é cobrada para entrar e por outra pequena taxa, é possível visitar outra atração notável de Segesta, o teatro grego. Há muitas acomodações e alguns ótimos restaurantes perto do Templo Dórico.
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