Guerreiros da Nuvem: O Poder Misterioso da Cultura Chachapoya

13/05/2023

Os Guerreiros da Nuvem conseguiram resistir à assimilação inca por um bom tempo com uma pequena ajuda de feiticeiros xamãs e múmias vivas.

Na América pré-colombiana, os incas tinham o maior império e uma civilização florescente. Eles chamavam seu império de Tawantinsuyu, que significa As Quatro Províncias Unidas, e adoravam o deus sol Inti. Acreditava-se que seu governante era o Sapa Inca, o "filho do sol".

Os incas obtiveram domínio sobre muitos dos outros povos de sua região, seja por conquista ou por assimilação pacífica, e impuseram sua soberania sobre outros cultos religiosos, incorporando assim grande parte do oeste da América do Sul ao seu próprio império. No entanto, alguns resistiram aos incas mais notavelmente do que outros e alguns até conseguiram infligir medo em seus corações. Tal foi o caso dos Chachapoya, os Guerreiros da Nuvem, que conseguiram resistir à assimilação inca por um bom tempo com uma pequena ajuda de feiticeiros xamãs e múmias vivas.

Os Guerreiros das Nuvens do Peru

Fontes antigas descreviam os Chachapoya, os famosos Guerreiros das Nuvens do Peru, como indivíduos de pele mais clara que a de outros povos da região, como os Incas. Além disso, eles se destacaram não apenas por suas características físicas, mas pela cultura única que deixaram para trás.

Os 'Cloud Warriors' (guerreiros das nuvens) eram caçadores de cabeças e costumavam manter as cabeças de seus inimigos como troféus. O termo "sarcófago" apareceu pela primeira vez em grego, onde significava "comedor de carne", mas quando se tratava dos Chachapoya, eles não apenas enterravam seus mortos em sarcófagos, mas também nas paredes de suas construções.

Em um penhasco em Carajia, Peru, a nordeste da cidade de Chachapoyas, várias figuras com rostos humanos podem ser vistas de longe. A parte interessante dessas estátuas é o fato de que elas também são sarcófagos contendo corpos mumificados.

Os mortos entre os vivos

Na visão dessa civilização, o corpo e a alma não eram considerados separados, e estar morto implicava, na verdade, continuar vivendo no mundo dos mortos. Foi por isso que construíram casas para os mortos onde colocariam as múmias de seus falecidos.

Seus feiticeiros eram temidos em toda a Mesoamérica, pois acreditava-se que eles eram capazes de se transformar em qualquer tipo de animal selvagem e de colocar terríveis maldições nas múmias dos mortos. Os incas temiam as múmias dos Chachapoya, vendo-os como mortos-vivos que poderiam se levantar e infligir morte a todos aqueles arrogantes ou ignorantes o suficiente para perturbá-los.

O exemplo mais relevante da paisagem sagrada de Chachapoya pode ser encontrado em Kuelap, onde os mortos foram enterrados nas paredes da grande construção. Dezenas de pessoas foram enterradas lá como parte da predileção dos Guerreiros da Nuvem por enterrar seus mortos em altos penhascos. O zênite foi considerado de especial importância, principalmente para cerimônias, por isso toda a construção foi construída de forma que o sol nasça de um lado do terreno e se ponha no lado oposto. Os xamãs do Chachapoya sabiam as datas exatas em que o sol brilharia sobre a construção, como 4 de março, e era quando realizavam os rituais sagrados, festividades e celebrações. O sol tinha que estar sempre no ZÊNITE para a cerimônia de comunhão entre as almas dos vivos e dos mortos.

Sacrifício e Resistência

A função do templo também incluía o sacrifício ritual. Em Kuelap, os arqueólogos encontraram ossos de numerosos animais que foram ritualmente sacrificados na câmara central do templo, bem como evidências de corpos deixados para apodrecer onde caíram depois de terem sido mortos de forma nada agradavel.

No final, os incas finalmente tomaram a decisão de enfrentar os Chachapoya. O resultado foi desastroso para os Guerreiros das Nuvens que experimentaram a derrota. No entanto, o temor ainda residia no coração dos incas. Eles evitaram completamente os cemitérios sagrados dos Chachapoya, pois acreditavam que as almas dos guerreiros das nuvens vagavam pela região e continuavam vivendo nos corpos mumificados enterrados na área.

De acordo com alguns pesquisadores, esse medo dos incas só poderia ser explicado se eles tivessem de fato observado algo incomum nessa antiga civilização...

Fonte: Ancient Origins