DNA antigo revela que alguns habitantes de Machu Picchu vieram de longe, alguns com raízes na Amazônia

29/07/2023

O resultado foi revelador, os indivíduos vieram de todos os cantos da América do Sul, alguns com raízes na Amazônia.

Decifrando os residentes da 'Cidade Perdida dos Incas' em seu apogeu, um estudo recente da Science Advances traçou as origens dos trabalhadores enterrados de Machu Picchu usando DNA antigo. O estudo, pela primeira vez, determina as raízes ancestrais desses trabalhadores dentro do enigmático Império Inca. O DNA antigo revelou que alguns habitantes de Machu Picchu vieram de muito longe.

Explorando o Império Inca Perdido

Liderando esta pesquisa inovadora está Jason Nesbitt, professor associado de arqueologia na Tulane University School of Liberal Arts. A equipe realizou testes genéticos nos habitantes de Machu Picchu, esclarecendo as diversas origens daqueles que viveram e trabalharam lá.

Machu Picchu, um Patrimônio Mundial da UNESCO aninhado na região de Cusco no Peru, se destaca como uma das maravilhas arqueológicas mais celebradas em todo o mundo. Todos os anos, atrai multidões de visitantes curiosos. O local era parte integrante da propriedade real durante o reinado do Império Inca.

Um mosaico de classes sociais

Assim como outras propriedades reais, Machu Picchu era um centro movimentado para vários estratos sociais, incluindo realeza, elites, atendentes e trabalhadores. Muitos desses indivíduos residiam na propriedade durante todo o ano. Embora nem todos fossem locais da área, o estudo confirma as diversas origens desses habitantes pela primeira vez por meio de evidências de DNA.

Em vez de focar nas elites, o estudo de Nesbitt ilumina a vida da população de status inferior. "Estamos investigando a vida da população por meio desses enterros", explica ele.

Metodologia e Descobertas

A metodologia espelha os modernos kits de ancestralidade genética. O DNA de 34 indivíduos enterrados em Machu Picchu foi comparado com amostras de todo o Império Inca e até genomas modernos da América do Sul para avaliar um possível parentesco.

O resultado foi revelador, os indivíduos vinham de todos os cantos do vasto Império Inca, com alguns traçando suas raízes na Amazônia.

Implicações do estudo

Embora a genética não seja igual à etnia, Nesbitt destaca as origens distintas em diferentes partes do Império Inca. Esta pesquisa complementa outros estudos em Machu Picchu e apóia a documentação histórica e os artefatos arqueológicos associados aos enterros.

Este estudo faz parte de uma mudança mais ampla na arqueologia, mesclando técnicas tradicionais com tecnologias de ponta e análises científicas. Essa abordagem integrativa apresenta uma visão mais abrangente do passado, impulsionando novas descobertas fascinantes.

Fonte: Curiosmos