A estátua de madeira mais antiga do mundo contém uma mensagem até então indecifrável

12/09/2021

Em 1890, uma imagem do ídolo Shigir foi encontrada na Rússia, aparentemente é a escultura de madeira mais antiga de que se tem registro. Na verdade, após vários estudos, os especialistas acreditam que o número de anos originalmente proposto é insuficiente. Como se não bastasse, a escultura tem uma escrita gravada cujo significado permanece um mistério.

A estátua de madeira mais antiga do mundo 

A escultura de madeira mais antiga do mundo foi encontrada em 1890 em um pântano na região dos Montes Urais, que divide a Ásia da Europa. De acordo com um estudo publicado na revista Quaternary International, a estátua pode ter o dobro da idade da Pirâmide Escalonada de Djoser, a mais antiga encontrada no Egito. Cerca de 100 anos se passaram desde sua descoberta e, em 1990, o primeiro teste de datação por carbono foi realizado na estátua de Shigir. 

Este estudo revelou que a escultura tinha cerca de 9.750 anos. Obviamente, isso surpreendeu os cientistas responsáveis ​​pelo estudo, já que a peça está em um estado de conservação espetacular.

Detalhes mais surpreendentes em torno do ídolo de Shigir 

Por outro lado, a análise deste antigo e extraordinário objeto arqueológico trouxe à luz detalhes mais fascinantes. Por exemplo, os cientistas estimaram que o tamanho inicial da escultura antropomórfica era de cerca de cinco metros de altura. Uma altura considerável que levanta várias questões sobre o propósito deste interessante achado. Não contente com isso, em 2018 outra análise foi realizada para determinar com mais precisão a idade da escultura. Desta vez, foi utilizada uma amostra do núcleo mais antigo do monumento. Para surpresa de todos, foi descoberto que a peça arqueológica tem, na verdade, mais de 11.600 anos.

Mais tarde, outra equipe de arqueólogos e cientistas analisou o monumento para ver se ainda havia algo mais a descobrir. E tudo parece indicar que o pedaço de madeira foi criado há cerca de 12.100 anos. Isso é cerca de 500 anos antes do resultado do estudo de 2018.

Uma peça verdadeiramente antiga

Fazendo cálculos, a escultura do ídolo Shigir foi entalhada no final da última Idade do Gelo e no início do Holoceno. Foi utilizada madeira de tronco de lariço com cerca de 159 anéis de crescimento, o que permitiu uma determinação mais precisa de sua idade. Um dos especialistas explicou que a escultura foi esculpida em uma época de grandes mudanças climáticas, quando as florestas começaram a se espalhar pela Eurásia mais quente. Presumivelmente, a madeira foi preservada por mais de 10.000 anos no ambiente antimicrobiano ácido das turfeiras.

O código indecifrável do ídolo de Shigir

Além de ser a escultura mais antiga já registrada, o corpo do ídolo Shigir, com mais de 5 metros de altura, é gravado com uma mensagem indecifrável. Entre as marcas podem ser distinguidos sete rostos e outros símbolos cujo significado é desconhecido para todos os arqueólogos e especialistas que os estudaram.

Acredita-se que a superfície da madeira foi polida com algum tipo de abrasivo fino, e que o ornamento e as marcações foram feitos com cinzéis. Foram usados ​​três cinzéis com diferentes larguras de lâmina, possivelmente feitos com os dentes afiados e fortes de castor. Foi uma boa escolha, já que os dentes do castor são feitos para derrubar árvores, deixando uma marca totalmente única.

O que o ídolo de Shigir revela

Até o momento não foi possível interpretar a mensagem que os criadores do ídolo Shigir queriam transmitir com este monumento. No entanto, é possível fazer algumas deduções interessantes sobre seu tempo e estilo de vida. Por exemplo, embora seja uma data tão antiga, tudo parece indicar que já existia uma forma de religião.

De acordo com especialistas, os hieróglifos encontrados na superfície da estátua de madeira contêm informações "codificadas" sobre a criação do mundo explicada pela humanidade antiga. Além disso, esta peça mostra a enorme criatividade do homem antigo, uma vez que o objeto passou mais de 10.000 anos preservado no ambiente antimicrobiano ácido do pântano de turfa, o que permitiu ser preservado 'como em uma cápsula do tempo'. Não se sabe exatamente qual era sua função, sua própria existência sugere que os caçadores e coletores daquela época remota já apreciavam a arte ou queriam que a mensagem fosse apreciada milhares de anos depois. 

Por meio desse ídolo, parece que os homens da antiguidade pretendiam comunicar um tipo de informação às gerações futuras. Resta descobrir o significado das marcações e o propósito exato desta peça histórica.

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