Descoberta na Espanha: Adaga de Cristal com 5 Mil Anos de História

29/02/2024

Em uma descoberta fascinante perto de Sevilha, na Espanha, pesquisadores encontraram uma tumba antiga que guardava não apenas os restos mortais de pessoas enterradas com rituais especiais, mas também um objeto extraordinário: uma adaga deslumbrante feita de cristal de rocha.

Datando de cerca de 3000 a.C., essa adaga é considerada a peça mais avançada e impressionante em termos de arte e técnica em cristal de rocha já descoberta na Ibéria pré-histórica. Isso é o que afirmam os cientistas espanhóis que estudaram o local, destacando a raridade e a beleza do artefato.

Na Europa pré-histórica, a maioria das ferramentas era feita de pedras como sílex, sendo os objetos de cristal de rocha excepcionalmente raros. Isso se deve à dificuldade de trabalhar com este material e à sua escassez comparada às rochas sedimentares mais comuns. No entanto, o valor social atribuído a esses objetos de cristal sugere que eles eram altamente estimados por suas comunidades.

A adaga encontrada, com seus 21,5 cm de comprimento, é particularmente notável. Ela foi descoberta em Valencina de la Concepción, um local perto de Sevilha. A tumba, onde a adaga estava, faz parte de um complexo de oito tumbas megalíticas, escavadas entre 2007 e 2010 para estudo.

Este complexo arqueológico é notável, com um corredor de 39 metros levando a duas salas especiais. Dentro, cientistas descobriram os restos de pelo menos 25 pessoas junto a objetos valiosos, incluindo contas, pontas de flecha, pedaços de ouro, itens de marfim e a impressionante adaga de cristal.

Os objetos foram encontrados de maneira a sugerir que eram oferendas. A análise dos restos mortais indicou que várias mulheres e um homem, possivelmente de alto status, foram enterrados ali, possivelmente vítimas de envenenamento.

A adaga, juntamente com um cabo e bainha de marfim (materiais também considerados exóticos e valiosos), sugere a importância social e o status elevado de quem a possuía. Além do mais, a falta de fontes locais para o quartzo utilizado na adaga indica que os materiais vieram de longe, reforçando a ideia de que esses objetos eram exclusivos da elite.

Os pesquisadores acreditam que, além do seu valor social, o cristal de rocha tinha também um significado simbólico, associado a poderes mágicos, vitalidade e uma conexão com os ancestrais, reforçando seu papel especial nas práticas funerárias e na cultura da época.

Fonte: Archeology World